Hoje fui à reunião de pais da creche. A reunião de pais já tinha sido durante a semana que estivemos de férias, mas marquei com a Educadora para saber o que tinha sido falado.
O João é esperto e amoroso, juntamente com a R. é uma grande ajuda para a educadora no ensino das cores e dos números aos outros meninos, está sempre disponivel para ajudar a arrumar os catres de dormir ou deitar fora uma fralda dos mais pequeninos, come muito bem sózinho, calça-se sózinho depois da sesta ("Mãe, não me mande sapatos de cordões!"), adora a Capoeira e o professor, brinca bem com todos os meninos e meninas e nunca lhes bate ou é agressivo, junta-se sempre ao Rodrigo e ao David (os únicos rapazes da sala), gosta de brincar com os carros e na casinha, só bebe leite ao lanche se estiver bem quentinho, tem vergonha de tirar a camisola (e eu pensava que era birra... mas acabei de testar e parece mesmo vergonha!), não tem descuidos nos xixis e cocós, começa a dormir a sesta sem chupeta, e tantas outras coisas.
No final da conversa questionei a Educadora como seria no próximo ano a passagem da creche para o jardim de infância: se ela e a auxiliar iriam com ele, se havia mais que uma sala de jardim de infância, etc. Eu já sabia as respostas, queria apenas confirmar o que já suspeitava. E confirmei ainda mais do que esperava. A Educadora, directamente mas pedindo discrição, aconselhou-me a procurar outro jardim de infância. O jardim de infância ali é apenas uma sala para os meninos dos 3 aos 5 anos. Eles têm necessidades diferentes consoante as idades. Além disso, as actividades que eles fazem lá são limitadas e meninos dessas idades precisam de ser mais estimulados, de ir mais longe, de serem permanentemente desafiados. Tudo palavras da Educadora.
A meu pedido recomendou-me duas outras creches na zona: uma onde está uma amiga da Auxiliar a trabalhar e outra onde anda o filho de uma outra educadora lá da creche do João. Recomendou-me que não escolhesse uma que eu também já tinha visto (quando ele nasceu) e não tinha gostado. Agradeci-lhe a sinceridade e reforcei a minha ideia de que o João, este ano, está bem entregue (e esteve até agora). E mais uma vez saí de lá com a certeza que posso confiar plenamente na Educadora e na Auxiliar do João. Já na Direcção da escola, não confio nem um bocadinho. E agora ainda menos.
E agora começa a angústia da separação. Só de pensar que no próximo ano o João vai ter novos amigos, novas educadoras, novos espaços... já me dá um aperto no coração. Mesmo que seja melhor para ele, temo a sua reacção à mudança. Já o disse tantas vezes a outras mães: eles habituam-se, são muito mais flexiveis que nós. Mas agora, que é com o João, já não acredito tanto nesta teoria. :-(