Ontem fui à primeira aula de preparação para o parto. Gostei mesmo muito. A enfermeira é adorável, muito prática e sem nenhum problema em dizer como são as coisas no parto e no pós parto. Alerta-nos para todas as realidades sem assustar e dando as respectivas soluções.
O tema de ontem foi a amamentação. Ainda bem que começou por aí! Segundo sei é uma parte complicada de gerir principalmente durante o primeiro mês. E foi isso mesmo que ela disse. Que não era fácil mas que se ultrapassava com muita calma e paciência da mãe e do pai.
Para que na hora H não me esqueça do mais importante, vou registá-lo aqui.
O leite materno não é igual ao longo de todo do tempo da amamentação. Por exemplo, quando o bebé nasce existe o chamado colostro. É um leite que serve como laxante para limpar os intestinos do bebé do mecónio (cocó esverdeado e pegajoso, nas palavras da enferemeira, impossivel de limpar em condições). Depois da subida do leite, que acontece dois ou três dias após o parto, o leite já tem outras caracteristicas com nutrientes que fazem crescer os bebés.
Mas mesmo numa mesma mamada, o leite é diferente. O primeiro leite sugado pelo bebé é essencialmente composto por água e açucar. À medida que o bebé vai sugando o leite, este vai tendo cada vez mais propriedades: proteínas, hidratos de carbono, vitaminas, etc. Por isso, uma bebé nunca deve mamar um bocadinho em cada mama, porque senão só bebe água e açucar. Deve mamar numa mama até a esvaziar e só depois, se quiser, mamar na outra.
A pega na mama é a responsável por quase todos os problemas que surgem na amamentação, nomeadamente fissuras e gretas nos mamilos. A posição mais correcta para dar de mamar é sentada confortavelmente, e barriga com barriga (a nossa e a do bebé). O bebé não deve pegar apenas no mamilo mas também na auréola da mãe, caso contrário é certo que irá abrir uma ferida. A mãe (ou o pai, se der mais jeito) devem pegar na mama da mãe e colocar na boca do bebé com o mamilo em direcção ao lábio superior e tentanto colocar uma boa parte da auréola dentro da boca.
Então o bebé deve mamar o tempo que pretender (acordá-lo se ele adormecer!). Sabemos que está satisfeito quando deixa a mama. Caso comece a rabujar, é sinal que já não há leite na mama mas que ele ainda tem fome e por isso deve mamar na outra mama. É pouco provável que isto aconteça no primeiro mês. Deve-se dar de mamar pelo tempo que o bebé deseje e as vezes qeu forem necessárias. Não há horas marcadas nem tempo mínimo para a mamada. O bebé dá sinal quando está ou não satisfeito.
Caso o bebé mame apenas de uma mama, a outra deve ser esvaziada manualmente (mais difícil)ou com uma bomba (mais fácil) para que o leite não fique na mama e encaroce: a chamada mastite. Caso a mama fique vermelha e dura que nem pedra, isso é mau sinal: já temos uma mastite. E aí é muito mais difícil resolver o problema. Por isso, o ideal é prevenir esvaziando as duas mamas em cada mamada. Caso isso seja difícil, deve-se tomar um banho quante para que o leite fique mais fluído e que a mama seja mais fácil de esvaziar. Isto também é válido para ajudar o bebé a mamar.
Depois de todos estes procedimentos, deve-se massajar o mamilo e a auréola com um bocadinho do leite e deixar secar ao ar. São particularmente utéis as conchas que permitem que estas partes mais sensiveis não fiquem "abafadas" e húmidas com os discos de amamentação, evitando gretas e/ou facilitando a sua cicatrização.
Como alternativa ao leite, pode ser colocado um bocadinho de Purelan seguido de uma pequena massagem para evitar as gretas e fissuras. Se já houver uma greta ou fissura, o Purelan não ajuda em nada, só o Gretalvite melhora o problema. Tanto um como o outro não precisam de ser retirados com água antes de dar de mamar ao bebé. São preparados para isso mesmo.
A enfermeira referiu que actualmente quase todos os hospitais são "Amigos dos Bebés" e fomentam a amamentação materna. Para evitar que o bebé tenha dificuldades em habituar-se à mama, impedem as mães de dar chupeta, de usar biberons ou mamilos de silicone. Caso o bebé não ocnsiga mamar (porque ainda não tem o reflexo bem desenvolvido) ou a mãe não consiga amamentar, dão aos bebés suplementos por uns copinhos pequeninos. Só assim evitam que eles, que são pequeninos mas já são matreiros, comparem a mama com o biberon e descubram que o biberon é mais fácil de sugar.
Caso queiramos conservar o leite que tiramos da bomba para dar depois ao bebé, este conserva-se no frigorífico por 48 horas, no congelador de um combinado por 4 meses e numa arca congeladora 10 meses. Há quem diga que se conserva respectivamente por 6 e 12 meses, mas ela é da opinião de que apenas deve ser conservado por 4 e 10 meses. Deve ser descongelado lentamente no frigorifico, e depois aquecido em banho maria (não no microondas). Depois de aquecido, se não for consumido tem obrigatoriamente que ir para o lixo.
Ah! E a parte importante para os papás! Muitas vezes, perante as dificuldades das mamãs, os pais são os principais responsaveis pelo fim da amamentação. Como veêm as mães aflitas e querem acabar com o seu sofrimento acabam por insistir que elas sequem o leite e deêm suplemento. O ideal é apoiar e dizer que juntos vão conseguir. Tentar informar-se o mais possível ajuda. É fundamental reagir com calma, acalmar a mãe e saber lidar com as muitas lágrimas que vão existir. Ouviste papá?
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2 comentários:
Li tudo com muita atenção. Muito útil esta informação.
Obrigada!
Vai colocando aqui o que aches importante.
oBRIGADA!
Olha o pior nem são os pais dos bebés, mas sim as outras mulheres - mãe, sogra, avó....
Não ligues e segue sempre o teu instinto...
Jocas
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